ANGOLA 1975-2020: UM PERCURSO DE EMPOBRECIMENTO E O EVENTUAL CAMINHO PARA A PROSPERIDADE

M. Neto Costa

“[...] ... se no período colonial – sobretudo antes da substituição do «Pacto Colo- nial» pelo «Espaço Económico Português» – os colonos, porque condicionados a investir em determinados domínios da indústria, tiveram que acumular grande parte dos lucros na metrópole, utilizando o restante para despesas de bens de luxo importados do estrangeiro e para serviços – facto que impactou negativa- mente na acumulação de capital em Angola –, no período pós-guerra civil, com a “acumulação primitiva de capital”, a oligarquia manifestou uma preferência em acumular os lucros, obtidos dos capitais públicos apropriados em Angola, no estrangeiro, sobretudo em Portugal. Esse facto denotou a sua natureza extractiva e, com isso, um desinteresse pelo desenvolvimento do país, assim como uma falta de confiança nele, face à incerteza em relação ao futuro, como consequência da sua própria conduta e das suas próprias práticas.”

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...“[...] ...dada a existência de desigualdades económicas e sociais, de pessoas portadoras de deficiência e de desigualdade de género, que pode prevenir os mais desfavorecidos de tirarem partido das oportunidades disponíveis, ao Estado reserva- se o papel de criar condições de equidade para que os cidadãos estejam em condições equiparadas de acesso às oportunidades que se lhes apresenta- rem, independentemente da sua filiação política e condição económica e social, condições físicas e género, no respeito pelas liberdades individuais.”